Uma pesquisa da recrutadora Infojobs, divulgada neste sábado (9), revelou que a jornada de trabalho dupla, falta de apoio e perda de oportunidades apenas por ser mulher, afeta oito a cada dez mulheres.
A necessidade de trabalho dobrado foi apontada em diferentes tipos de atividade: rotina doméstica e o cuidado com familiares, com crianças ou idosos. Quase metade do grupo (56%) também afirmou não ter uma rede de apoio ou ajuda de parceiros.
O levantamento também mostra a disparidade de oportunidades no ambiente profissional. As participantes do estudo relataram situações negativas pelo simples fato de serem mulheres.
71% acreditam ter perdido uma oportunidade de trabalho por ser mulher. Entre elas, 80% relatam nunca ter atuado em uma empresa com programas específicos para contratar ou desenvolver mulheres.
As entrevistadas também disseram ter passado por situações invasivas ou subjetivas durante processos seletivos: 58% relataram terem recebido perguntas que não tinham relação com habilidades profissionais. Quando contratadas, 77% disseram não que a empresa não concedia as mesmas oportunidades que para homens, e 69% relataram ter passado por situação de dúvida da credibilidade por ser mulher.
Salário
Na percepção de 88% das participantes, há desigualdade salarial entre homens e mulheres no mercado de trabalho. E mais da metade (54%) conta ter recebido menos, mesmo desempenhando as mesmas funções de um homem.
Assédio
65% das entrevistadas relataram ter sofrido situações de assédio ou preconceito ao longo das experiências profissionais. Mais da metade dos casos partiu de superiores. 45% das mulheres teve receio de reportar e omitiu o relato para os superiores – enquanto 23% se posicionou na hora do acontecimento e 16% pediu demissão.
Maternidade
Uma grande parte do grupo diz que a maternidade é vista de forma negativa no ambiente profissional: a posição foi revelada por 87% das que responderam a pesquisa. No caso das mães, 74% cogitou deixar o trabalho de lado para cuidar dos filhos, e 41% teve receio de informar que estava grávida. 43% ainda disseram ter passado por preconceito durante ou depois da gestação.
A pesquisa foi realizada pela recrutadora Infojobs entre os meses de fevereiro e março, com 742 mulheres, de 18 a 60 anos.
Com informações: SBT News.