O Rio Grande do Norte alcançou o maior volume de água acumulado em seus reservatórios para o mês de março dos últimos 12 anos anos. De acordo com as medições mais recentes, feitas pela Agência Nacional de Águas (ANA), o estado tem atualmente 55,32% de volume acumulado em seus açudes e barragens.
A última vez que o estado passou os 50% de acúmulo foi em 2012, quando registrou o percentual de 75,71%. Mas naquela época não foram contabilizadas as informações acerca das barragens de Umari, em Upanema; e Santa Cruz, em Apodi.
Em 2024, o volume total das barragens e reservatórios no Rio Grande do Norte é de 4.494 bilhões de m³. Em 2012, sem as informações dessas barragens, o volume anotado era de 3,010 bilhões de m³. Ou seja: 1,484 bilhão de m³ a menos.
Em março de 2013, quando as informações dessas barragens foram contabilizadas, o percentual atingido de volume acumulado foi de 43,6%. Depois daquele ano, por quase 10 anos, o Rio Grande do Norte viu seus reservatórios perderem volume acumulado.
O menor valor para um mês de março foi em 2018, quando o volume total acumulado em seus reservatórios foi de 11,54%. Depois daquele ano, os reservatórios começaram a apresentar recuperação e vêm, aos poucos, conseguindo elevar a quantidade de água.
Em março de 2019, os reservatórios alcançaram 21,95% (10 pontos a mais); em 2020, mais 7 pontos percentuais; e em 2022, mais 11. Em 2023, no mês de março, o Rio Grande do Norte alcançou os 45,44% de volume acumulado. E agora, de um ano para o outro, conseguiu avançar mais 10 pontos percentuais, atingindo os 55,32%.
Em 2024, o RN já iniciou o ano acima dos 50% de volume acumulado, registrando 50,26%. Em fevereiro houve uma queda e o total foi de 48,32%. Agora em março, houve recuperação e crescimento de 7 pontos percentuais.
Caso a tendência de acúmulo de água se mantenha, o RN poderá em abril atingir e até superar a marca dos 60% de volume acumulado em seus reservatórios. Mas ano passado o pulo de um mês para o outro foi maior: em março de 2023, o percentual estava em 45,44%. Em abril, o volume chegou a 62,09%.
Nesse percentual, os reservatórios começam a sangrar e geram o chamado “espetáculo das águas”. Ano passado, quando o RN atingiu esse percentual de água acumulada, a barragem Umari havia alcançado os 100% da sua capacidade e sangrou. Isso não acontecia desde 2009.
Armando Ribeiro Gonçalves acumula 59,64% de sua capacidade
A maior barragem do estado, a Armando Ribeiro Gonçalves, em Assu, está com 59,64% de seu volume. O reservatório, que recebe águas do Rio Piranhas-Açu e é base para a distribuição da adutora Sertão Central, tem capacidade para acumular 2,373 bilhões de metros cúbicos. Atualmente o volume acumulado é de 1,415 bilhões de m³.
A barragem Santa Cruz do Apodi, em Apodi, também segue recebendo água e está com 62,54 de volume acumulado. Isso representa um volume de 375,07 milhões de m³. O volume total deste reservatório é de 599,7 milhões de m³.
A barragem Umari, localizada em Upanema, acumula atualmente 227,4 milhões de m³, percentualmente, 77,66% da sua capacidade total, que é de 292,8 milhões de m³. Em relatório do Instituto de Gestão das Águas no RN (IGarn) produzido em fevereiro, o reservatório estava com 219,1 milhões m³, equivalentes a 74,84% da sua capacidade total.
Em março, estão com 100% de sua capacidade reservatórios Pataxó, em Ipanguaçu; Dourado, em Currais Novos; Passagem, em Rodolfo Fernandes. Outros sete estão com o volume acumulado acima da casa dos 90%.
São eles: Santa Cruz do Trairi, em Santa Cruz, com 99,4%; Beldroega, em Paraú, com 99,2%; Campo Grande, em São Paulo do Potengi, com 98,53%; Currais, em Itaú, com 97,7%; Malhada Vermelha, em Severiano Melo, com 95,7%; Riacho da Cruz II, em Riacho da Cruz, com 91,5%; e Lagoa do Boqueirão, em Touros, com 90,4%.
O açude Santa Cruz do Trairi inclusive já sangrou. O açude Marechal Dutra, conhecido como Gargalheiras, acumula atualmente 14,02 milhões de m³, o que representa 31,5% de sua capacidade total, que é de 44,4 milhões de m³.
Para dar uma ideia de como a situação mudou para esse reservatório, em março de 2023 ele estava com apenas 4,03% de sua capacidade, o que equivale a 287,1 mil m³. No comparativo, o manancial estava com 626.813 m³, no dia 15 de fevereiro, o que equivalia a 1,42% da sua capacidade total.