Quase metade dos brasileiros evita ler ou assistir ao noticiário. É o que aponta uma pesquisa do Instituto Reuters, divulgada nesta segunda-feira (17). Segundo os dados, 47% dos moradores disseram evitar notícias às vezes ou frequentemente no dia a dia, número 6 pontos percentuais acima do registrado no estudo de 2023 (41%). O desinteresse dos brasileiros é maior que o contabilizado globalmente (39%). Das 94.943 pessoas entrevistadas em 47 países, a maioria disse se sentir desgastada pela quantidade de notícias atualmente, sobretudo em relação aos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio. No geral, o público reclama da lacuna de histórias que podem aumentar o otimismo.
Os dados mostram pouco crescimento na assinatura de notícias, com apenas 17% dizendo que pagaram por qualquer notícia online em 2023, em um grupo de 20 países mais ricos. Nações do norte da Europa, como Noruega (40%) e Suécia (31%), têm a maior proporção dos que pagam, com Japão (9%) e Reino Unido (8%) entre os mais baixos. Entre os que leem ou assistem às notícias no dia a dia, o YouTube é apontado como a principal ferramenta para 31% dos entrevistados, especialmente entre os mais jovens. O WhatsApp também é bastante utilizado (21%), seguido pelo TikTok (13%), que ultrapassou o Twitter (10%), agora rebatizado de X, pela primeira vez.
O instituto concluiu que há “diferenças claras” em termos de preferências de assunto por idade e gênero. Notícias locais e internacionais são consideradas mais importantes para o público até 35 anos, enquanto política está entre os temas principais para maiores de 45 anos. Os jovens, por sua vez, se interessam mais por meio ambiente e bem-estar. Em relação à confiança nas notícias, o percentual se manteve estável, em 40%. O número, contudo, ainda está quatro pontos abaixo do registrado na pandemia de Covid-19.