A mortalidade materna e infantil no Rio Grande do Norte apresenta um alto índice para a população negra. Segundo o Boletim Epidemiológico da População Negra do RN, entre 2019 a 2024, 60% dos óbitos maternos e 55% dos óbitos infantis estão entres negros. O levatamento feito pela Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) considerou pessoas negras os indivíduos pretos, pardos e indígenas. Em relação aos óbitos infantis, foram analisados os números de crianças menores de 1 ano.
De acordo com o boletim, o ano com mais mortes maternas de pessoas negras foi 2021 (38), seguido de 2022 e 2019 (18), 2020 (17), 2023 (15) e 2024 (10). No que se refere aos 55% de óbitos infantis, os dados revelam que em 2020 houve mais mortes entre os anos analisados, com 297, logo após vem 2021 (286); 2029 (285); 2022 (255); 2023 (246); e 2024 (197).
Segundo a Coordenadora de Vigilância em Saúde (CVS), Diana Paula de Souza Rego Pinto Carvalho, durante as análises foram identificadas as fragilidades no processo de notificação e a necessidade de um avanço acerca do reconhecimento das desigualdades raciais e das estratégias que devem ser adotadas para garantir a qualidade de vida a toda a população do estado.
“A CVS tem realizado um movimento de atuar como uma aliada na garantia da equidade
étnico-racial, e para isso tem abordado tais questões de maneira interseccional. É importante
destacar que para melhor efetividade das políticas públicas de saúde para pessoas negras é
necessário repensá-las tendo como base o conhecimento científico”, disse Diana Paula.