COM 38 PARQUES, RN É O 2º NO RANKING NACIONAL DE ENERGIA EÓLICA

O Rio Grande do Norte é o segundo estado do País no ranking nacional de geração de energia eólica. Dados atualizados da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (Abeeólica) apontam que o Estado tem, atualmente, 308 parques instalados, com 3.446 aerogeradores. Ao todo, são mais de 10 mil MW de potência instalada.

A produção do RN representa cerca de um terço de tudo o que é produzido de energia eólica no Brasil. Para se ter uma ideia do protagonismo que o RN exerce nessa área, ao todo, no País, são 1.109 parques eólicos e 11 mil aerogeradores – o que representa uma capacidade instalada de 34 mil MW. A produção toda está distribuída em 12 estados, dos quais oito estão no Nordeste.

O RN fica atrás apenas da Bahia, que lidera o ranking nacional, com 360 parques e 3.529 aerogeradores, o que representa 11 mil MW. Outros dois estados do Nordeste aparecem na 3ª e 4ª posição, respectivamente. São eles o Piauí, com 126 parques e 1.392 aerogeradores, e o Ceará, com 99 parques e 1.146 aerogeradores.

Segundo a Abeeólica, a geração das eólicas atende a 100% do consumo do Nordeste e ainda “exporta” 29,41% para as demais regiões do País. É de longe a região com maior produção de energia do País.

A geração da energia limpa vem avançando ao longo dos últimos anos no Brasil. Em 2012, o País era o 15º colocado no ranking mundial de produção desse tipo de energia. Agora, é o 6º colocado. A energia que é produzida pelas eólicas seria, sozinha, capaz de abastecer o consumo dos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro – respectivamente o 2º e 3º mais populoso do País.

E esses números seguem aumentando. No início deste ano, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor total de R$ 690 milhões para a TGR Subholding 1 S.A., subsidiária da Casa dos Ventos, implantar dois parques eólicos, que integram o Complexo Eólico Serra do Tigre, nos municípios de Campo Redondo, Currais Novos, Lajes Pintadas e São Tomé, todos no Rio Grande do Norte. Os aerogeradores do Complexo Eólico Serra do Tigre serão fornecidos pela Vestas, com fabricação em Aquiraz (CE).

Produção evitou emissão de 40 milhões de toneladas de CO2

O investimento em energia eólica é considerado essencial por se tratar de uma fonte limpa, renovável e de baixo impacto ambiental. Diferente das usinas que utilizam combustíveis fósseis, os parques eólicos não emitem gases de efeito estufa nem poluentes atmosféricos, contribuindo diretamente para o combate às mudanças climáticas. Além disso, o vento é um recurso abundante e gratuito, especialmente em regiões como o Nordeste brasileiro, o que garante uma produção constante e confiável de energia ao longo do ano.

Em relação às emissões evitadas pela energia eólica, a Abeeólica estima que, em 2024, a geração eólica evitou a emissão de 40 milhões de toneladas de CO2₂ (gás carbônico)₂, o equivalente à emissão anual de cerca de 27 milhões de automóveis de passeio.

Do ponto de vista econômico, a energia eólica promove desenvolvimento regional, geração de empregos qualificados e atração de investimentos. De 2015 a 2024, foram mais de US$ 42 bilhões investidos no setor, no Brasil.

A construção e operação dos parques movimenta a economia local, especialmente em municípios interioranos, como ocorre no Rio Grande do Norte. Além disso, ao ampliar a diversificação da matriz energética, o país reduz sua dependência de fontes hidrelétricas e termelétricas, aumentando a segurança energética e a resiliência do sistema elétrico diante de crises hídricas ou oscilações nos preços de combustíveis.

Considerando a matriz energética brasileira, há muito o que avançar ainda, no entanto. A energia eólica representa 16% da energia produzida no Brasil. A energia hidrelétrica representa 49%, por exemplo.

Eólicas mudaram a economia do RN, diz presidente de associação

Presidente da Abeeólica, Elbia Gannoum destaca que as empresas geradoras de energia eólica mudaram a economia do Rio Grande do Norte e de outros estados do Nordeste. Um estudo da consultoria GO Associados, publicado em 2020, mostra que, após a instalação de parques eólicos, municípios brasileiros tiveram um avanço de 20,19% no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e de 21,15% no Produto Interno Bruto (PIB).

“A presença das eólicas mudou a economia. A renda da eólica é hoje uma das maiores do Estado”, afirma Elbia, em entrevista ao AGORA RN.

De acordo com a presidente da associação, vários fatores explicam o fato de o Rio Grande do Norte estar na parte de cima do ranking nacional de produção de energia eólica. “O Rio Grande do Norte se destaca desde o início pela qualidade do vento, pela natureza do vento. Outro fator muito importante para que o setor cresça são as políticas governamentais. O Governo do Estado precisa estar atento à economia da energia eólica e criar as condições para que os investimentos aconteçam”, destaca.

A presidente da Abeeólica acrescenta que as eólicas têm no RN um ambiente regulatório propício aos investimentos. “Os estados são responsáveis pela legislação ambiental. É muito importante que os estados tenham uma lei ambiental própria, que seja segura e que indique caminhos para o investimento. De um lado, tem a natureza do vento, e do outro, o papel importante dos governos estaduais”, afirma Elbia.

“A questão ambiental está muito bem estruturada no Rio Grande do Norte. O governo está trabalhando na atualização da legislação e está discutindo com os investidores. Para nós, é tranquilo. Não vejo nenhum gargalo”, destaca a presidente da Associação.