
A Petrobras vai perfurar um novo poço exploratório em águas profundas da Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte. O anúncio foi feito pela presidente da companhia, Magda Chambriard, durante encontro com a governadora Fátima Bezerra, na última sexta-feira (22). Batizado de Mãe Ouro, o poço ficará a 52 quilômetros da costa potiguar e a mais de 2 mil metros de profundidade, dependendo apenas da anuência do Ibama para que a sonda chegue ao local em janeiro.
Segundo a Petrobras, levantamentos sísmicos indicam forte potencial de descoberta de petróleo, o que pode viabilizar a criação de um cluster de produção offshore na região. “A perfuração desse terceiro poço sinaliza o compromisso da companhia em desenvolver a exploração de petróleo e gás na Margem Equatorial, trazendo grande potencial de desenvolvimento econômico para o Rio Grande do Norte, com geração de emprego e renda para o nosso povo”, afirmou a governadora.
Na mesma área já foram perfurados os poços Pitu Oeste e Anhangá, nos blocos BM-POT-17 e POT-M-762, que estão em fase de análise de viabilidade técnico-comercial. Os três projetos integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. O secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Hugo Fonseca, reforça que as chances de novas descobertas no poço Mãe Ouro são promissoras e podem consolidar um polo de exploração de petróleo e gás offshore no estado.
Do encontro, participaram ainda os diretores Angélica Laureano (Transição Energética e Sustentabilidade), Francisco Vervloet (Relações Institucionais) e Sylvia dos Anjos (Exploração e Produção), que na última semana definiu como uma “luta diária” a obtenção da autorização para explorar o primeiro poço no processo de licenciamento do bloco FZA-M-59, na Margem Equatorial, a 500 quilômetros da Foz do rio Amazonas.
A declaração ocorreu durante sua participação no 1º Mac Laren One-Stop-Shop Day, evento em parceria com a FGV Energia, que reúne clientes, parceiros estratégicos, empresas e entidades do setor, como a Marinha do Brasil e o Sinaval, a Petrobras e a Transpetro. Na ocasião, ela disse ainda que a estatal tem um portfólio exploratório com mais 50 novos poços para o período de cinco anos do atual plano estratégico 2025-29.
O anúncio do terceiro poço no RN acontece em um momento estratégico para a companhia e para a região. A chamada Margem Equatorial — faixa marítima que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte — é considerada uma das últimas fronteiras exploratórias do Brasil. Em abril passado, a Petrobras já havia divulgado a intenção de intensificar investimentos nessa área, considerada chave para a reposição das reservas nacionais de petróleo e gás.
Apesar das expectativas, a região tem enfrentado desafios. No leilão realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em junho, blocos ofertados na costa do RN não despertaram interesse de empresas privadas. A ausência de propostas foi atribuída a fatores como riscos ambientais, insegurança regulatória e menor atratividade geológica em comparação com outras áreas, como o pré-sal e a Foz do Amazonas.
Com o início da perfuração do poço Mãe Ouro previsto para janeiro, a Petrobras reforça sua presença na Margem Equatorial e renova as expectativas de geração de empregos, atração de fornecedores e fortalecimento da cadeia energética no Rio Grande do Norte. A agenda de investimentos no Rio Grande do Norte deve se ampliar nos próximos meses. Durante o encontro, ficou definida a visita de Magda Chambriard ao estado em outubro, quando novos projetos e parcerias estratégicas deverão ser discutidos com o governo potiguar.