
Mês voltado aos cuidados com a saúde masculina, novembro também conscientiza sobre um assunto sensível às mulheres gestantes, a prematuridade. No Rio Grande do Norte, embora tenha havido uma leve redução de 18% nos casos em dois anos, os desafios persistem com 4.281 bebês nascendo prematuros em 2024. Um número que, segundo a Associação de Ginecologia e Obstetrícia do RN (Sogorn), tem a possibilidade de ser reduzido com o aumento do acesso a cuidados essenciais durante a gestação, especialmente fora da capital.
De acordo com o ginecologista e obstetra Robinson Dias, presidente da Sogorn, entre os principais fatores que explicam os números estão a falta de assistência médica adequada, a ausência de acompanhamento pré-natal e a distância dos centros de referência. O especialista reforça que a realidade nas regiões mais afastadas da capital é preocupante.
“A complexidade parte desde a escassez de profissionais obstetras em alguns municípios, até a dificuldade de acesso a exames básicos e ao transporte sanitário. Um outro ponto que merece atenção é a gravidez precoce, mais comum em áreas rurais e periféricas, e que frequentemente ocorre sem acompanhamento médico”, explica Robinson Dias.
Ainda de acordo com o especialista, a ausência de um pré-natal adequado pode ter origem em diferentes fatores.
“Muitas gestantes do interior enfrentam longos deslocamentos até conseguir atendimento, e algumas sequer realizam o número mínimo de consultas recomendadas durante a gestação. Essa falta de acompanhamento eleva significativamente o risco de partos prematuros, além de outras complicações que poderiam ser evitadas com uma assistência regular e de qualidade”, ressalta o médico.
Atualmente, o estado conta com hospitais de referência na assistência a mães e bebês prematuros em Natal, na Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC/UFRN) e no Hospital José Pedro Bezerra (Santa Catarina), e em Santa Cruz, no Hospital Universitário Ana Bezerra.
“O enfrentamento da prematuridade exige uma rede estruturada e contínua de atenção à mulher, que comece no posto de saúde, passe pelo pré-natal e, quando necessário, chegue ao hospital de referência. Precisamos garantir que todas as gestantes potiguares, independente de onde residam, tenham acesso ao mesmo padrão de cuidado”, finaliza Robinson Dias
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