
O projeto da anistia voltou a dominar as conversas nos bastidores de Brasília após o relator Paulinho da Força afirmar, nesse domingo (7), que a votação deve ficar para 2026. Segundo ele, a falta de acordo com o PL impede qualquer avanço imediato no plenário. Além disso, o parlamentar reforçou que só aceita levar o texto à votação se houver consenso para aprová-lo exatamente como foi apresentado.
Pressão política e impasse sobre o texto
O clima esquentou. Assim, a pressão de políticos bolsonaristas pela votação ainda nesta semana não agradou ao relator, que reagiu de maneira direta. “Ou tem acordo para votar meu texto ou vai ficar para o próximo ano”, disse ao SBT News. Conforme Paulinho explica, partidos do centro decidiram apoiar apenas a versão que ele formulou — o chamado PL da Dosimetria.
Segundo o relator, esse texto não concede perdão, mas reduz penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas do 8 de Janeiro. No entanto, essa formulação contraria aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que insistem na anistia ampla. E ainda, a bancada do PL tenta inserir emendas, articuladas principalmente pelo senador Flávio Bolsonaro, o que trava completamente qualquer conciliação.
Por outro lado, há expectativa de novas conversas entre Flávio Bolsonaro e o presidente da Câmara, Hugo Motta, para tentar superar o impasse. Ainda assim, interlocutores afirmam que só haverá votação se não existir risco de manobra que substitua o PL da Dosimetria pelo projeto da anistia, como mencionado anteriormente.
Recesso próximo e prazo apertado
Depois de semanas de tensão, o Congresso deve priorizar o orçamento na próxima semana. Antes disso, os próximos dias se tornaram decisivos para definir o destino da proposta. Logo, o calendário curto aumenta a incerteza, e o relator já admite que a decisão final deve ficar mesmo para o próximo ano.