A Operação Território Seguro, deflagrada em 15 de outubro na Região Metropolitana de Natal, faz parte de um projeto-piloto do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). A iniciativa, desenvolvida pelo Governo Federal em parceria com forças de segurança potiguares e pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), prevê a retomada de territórios controlados por organizações criminosas.
Mas não só isso: além de entrar nos territórios e prender lideranças de facções, o projeto prevê depois a oferta nas comunidades de serviços de acesso à Justiça e assistência social.
Na primeira ação do projeto, 32 pessoas foram presas em uma megaoperação na Zona Oeste de Natal. As detenções depois foram confirmadas em audiência de custódia. Além disso, drogas e armas foram apreendidas. Ao todo, foram encontrados mais de 3 kg de drogas (maconha e cocaína), R$ 1.804 em dinheiro, quatro armas de fogo e mais de 100 munições de diversos calibres.
Participaram da ação 83 equipes e pelo menos 330 agentes da Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Científica (antigo Itep), Polícia Rodoviária Federal e Ministério Público do RN. Nenhuma morte foi registrada durante a operação.
O balanço da ação deverá ser divulgado em dezembro pelo MJSP. “É um projeto científico, construído com diálogo com universidade e sociedade civil, que tem como fundamento a inteligência e a retomada por força policial, serviços entrando no território. A polícia entra, satura e depois entram os serviços públicos, e a polícia vai saindo aos poucos”, afirmou o secretário nacional de Segurança, Mário Sarrubbo, em entrevista ao jornal O Globo.
O Ministério da Justiça trabalha neste projeto desde março, iniciativa que prevê uma ação urbana em múltiplas frentes. A iniciativa prevê, por exemplo, a entrada de serviços público de Defensoria, mediação de conflitos, iluminação, urbanismo e serviços de saúde e educação.
“Objetivo foi estrangular organizações criminosas”, diz Secretaria de Segurança
Ao divulgar o balanço da operação na Zona Oeste de Natal no mês passado, a Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) informou que o objetivo da missão foi “estrangular a capacidade estrutural, operacional e financeira de organizações criminosas com atuação no Estado”. A pasta enfatiza que a “atuação integrada alia inteligência, investigação e repressão qualificada.”
O secretário de Segurança, Coronel Araújo, enfatiza que, “além da integração entre as instituições, é preciso ressaltar também o trabalho de inteligência desenvolvido para estruturar esse tipo de operação”. “Foram meses de planejamento até a execução. Com as diversas informações apuradas durante as investigações, esse material foi apresentado à Justiça, que concedeu os mandados a serem cumpridos”, contou.
O delegado-geral adjunto da Polícia Civil, Herlânio Cruz, destacou: “Entendemos a ansiedade por parte da população para uma resposta imediata, mas a Polícia Civil tem mostrado que chega com operações que rendem prisões, e vamos nos empenhar ao máximo para sempre apresentar o melhor resultado para a sociedade”.
AGORA RN