Um efeito da atual onda de calor é o aumento do consumo de energia. O Operador Nacional do Sistema Elétrico acionou as usinas térmicas – das quais a gente está acostumado a ouvir falar quando os reservatórios das hidrelétricas estão em baixa, o que não é o caso agora. Desta vez, as térmicas entraram em cena por causa do aumento da demanda.
A produção das usinas térmicas vinha mantendo um padrão médio em torno de 7 mil mega watts por dia. Na última segunda-feira (13), em que houve o recorde na demanda, a produção das térmicas começou a subir. E de lá pra cá já aumentou 63%. Veja no gráfico abaixo.
Mais caras e mais poluentes
Tiago de Barros Correia, foi diretor da Aneel, Agência Nacional de Energia Elétrica, e é especialista em regulação de infra-estrutura e energia. Ele explicou que o problema não está na produção e sim na distribuição dessa energia e numa situação como a de agora com de alta demanda, causada pelo calor, foi necessário acionar as termoelétricas, mesmo sendo mais caras e mais poluentes, já que elas conseguem dar uma resposta mais rápida.
“O que a gente tinha visto no passado era a termoelétrica entrando por falta de chuva, então ela entrava para fazer essa compensação do regime hidrológico; os reservatórios estavam baixos. Isso não é o que está acontecendo hoje, os reservatórios estão cheios, mas a gente precisa de ajuda para atender essa demanda de ponta”, destaca Tiago de Barros Correia, Diretor da Reg E Consultoria e ex-diretor da Aneel.
A energia gerada pelas termoelétricas é mais cara por causa do custo dos combustíveis fósseis, como por exemplo o gás natural. Com o conflito no Oriente Médio, os derivados do petróleo subiram de preço.
Diante desse cenário, para o especialista, é cada vez mais importante fazer investimentos em redes de transmissão com maior capacidade de escoamento.