
O Brasil registrou 1.187 óbitos maternos ocorridos durante a gestação, no parto ou até 42 dias após o nascimento do bebê em 2024, segundo dados preliminares do Ministério da Saúde. A maioria dessas mortes foi causada por hipertensão (como pré-eclâmpsia e eclâmpsia), hemorragias, infecções e complicações no parto, que poderiam ser evitadas caso tivessem atendimento rápido e cuidados adequados desde o pré-natal.
No ano passado, a região Nordeste registrou 374 óbitos maternos, dos quais 26 ocorreram no Rio Grande do Norte.
A falta de assistência qualificada durante a gestação e o parto também acabam afetando diretamente a sobrevivência e a saúde dos recém-nascidos. Muitas crianças perdem a vida ou enfrentam complicações graves, porque suas mães não tiveram acesso a um acompanhamento ou não receberam atendimento assertivo em situações de risco.
E, este ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) traz em sua campanha para o Dia Mundial da Segurança do Paciente, a ser celebrado no próximo dia 17 de setembro, os cuidados seguros para os recém-nascidos e crianças, reforçando a importância de prevenir riscos evitáveis desde o início da gestação.
No mundo, dados recentes da OMS revelam que ocorram cerca de 287 mil mortes maternas por ano, a maioria concentrada em países de baixa e média renda. Infelizmente, a mortalidade materna enfrenta desafios e não está no caminho certo para atingir a meta 3.1 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O foco é alcançar uma taxa global de mortalidade materna abaixo de 70 por 100.00 nascidos vivos até 2030.
Este cenário é um indicador da fragilidade dos sistemas de saúde e da necessidade urgente de investimentos em cuidados, com protocolos e procedimentos implementados e acessíveis para proporcionar mais segurança às vidas das mães e bebês.
Segundo a gerente de Operações da ONA, Gilvane Lolato, a maioria das mortes maternas são evitáveis. “O cuidado começa no primeiro atendimento da gestação até o pós-parto e cada etapa exige atenção qualificada e protocolos bem definidos. É importante esclarecer que a saúde da mulher e do recém-nascido estão profundamente conectadas e ambos necessitam de acompanhamento de qualidade, preciso e assertivo, principalmente, se a mãe apresentar qualquer anormalidade ou situação de risco durante sua gestação. Quando a instituição adota padrões claros e seguros, o cuidado deixa de depender do improviso e passa a ser confiável, eficaz, humano e salva-vidas”.
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