CÂNCER DE COLO DE ÚTERO É O MAIS COMUN

O câncer de colo de útero é o terceiro mais incidente entre as mulheres no Rio Grande do Norte, atrás apenas do câncer de mama e brônquios e pulmões, segundo os dados da Secretaria de Saúde Pública do estado (Sesap), que analisou os períodos de 2019 a 2023. Apesar disso, a doença pode ser evitada e curada caso tenha diagnóstico precoce. “O diagnóstico precoce realmente salva vidas, e o quanto antes melhor. A paciente pode ficar curada assim”, destacou a ginecologista Socorro Bandeira.

A prevenção é a melhor estratégia para combater o câncer de colo de útero. Segundo a ginecologista Socorro Bandeira, o exame Papanicolau, popularmente conhecido como preventivo, é a principal ferramenta para identificar alterações precoces no colo do útero.Play Video

“Além do preventivo, que é o Papanicolau, existe hoje a genotipagem, que é um exame que diagnostica os tipos de HPV mais relacionados ao câncer de colo, como os subtipos 16 e 18”, explicou a médica. O teste detecta as mutações genômicas do HPV-1.

Outro fator indispensável na prevenção é a vacinação contra o HPV, que tem impacto direto na redução dos casos. “A vacina do HPV é imprescindível hoje, porque ela diminui o risco de câncer de colo de útero. Mas é muito importante manter os exames periódicos em dia”, alertou Socorro Bandeira.

Identificar a doença em sua fase inicial é um passo crucial para aumentar as chances de cura. Em alguns casos, a doença não apresenta sintomas evidentes no início, o que reforça a importância do acompanhamento preventivo.

Além do preventivo, a paciente deve ficar atenta aos sinais que podem identificar o início de alguma alteração na saúde, como sangramento vaginal irregular e até mesmo dores pélvicas, que podem indicar um estágio mais avançado da doença.

Quando diagnosticado precocemente, o câncer de colo de útero pode ser tratado com métodos menos invasivos. Segundo Socorro Bandeira, os tratamentos variam conforme o estágio da doença, mas as opções para casos iniciais são bastante eficazes. “O tratamento varia, mas, em estágios iniciais, as opções podem incluir procedimentos localizados, que são menos agressivos para a paciente”, explicou. A detecção precoce não apenas aumenta as chances de cura, mas também reduz os impactos do tratamento na qualidade de vida da mulher.

No Rio Grande do Norte, o câncer de colo de útero é mais comum em mulheres entre 29 e 39 anos, conforme destacou a ginecologista. Essa faixa etária concentra o maior número de diagnósticos, mas outras mulheres também podem estar vulneráveis dependendo de fatores como histórico familiar, múltiplos parceiros sexuais e início precoce da vida sexual.

“Ele é o terceiro tipo de câncer mais comum nas mulheres e, aqui na região Nordeste e também na região Norte, é um dos mais incidentes. Hoje, o HPV é o principal vírus na produção da doença”, explicou a médica.

Segundo Socorro, a alta prevalência do câncer de colo de útero no Rio Grande do Norte reforça a necessidade de investimentos em prevenção e conscientização. A vacinação contra o HPV, disponível na rede pública de saúde, e os exames preventivos devem ser amplamente promovidos como forma de reduzir a incidência da doença.

“A vacina e os exames periódicos são ferramentas complementares e indispensáveis. Prevenir é sempre melhor do que tratar”, concluiu Socorro Bandeira.