CONSUMO DE ULTRAPROCESSADOS CRESCE NO MUNDO

O consumo de ultraprocessados aumentou de forma expressiva nos últimos quarenta anos, segundo uma série de artigos publicados por uma revista científica internacional. O estudo, elaborado por 43 pesquisadores de vários países, incluindo o Brasil, mostra que a má alimentação passou de 10% para 23% da população mundial. Além disso, o fenômeno já atinge outros 93 países, o que reforça um alerta global sobre os riscos à saúde.

Os especialistas apontam que o crescimento está ligado ao baixo preço, à durabilidade e, sobretudo, à praticidade desses produtos. Conforme relatou a operária Núbia Miranda, a correria diária faz muita gente recorrer a opções rápidas, como macarrão instantâneo e enlatados. Além disso, a rotina intensa de trabalho e cuidados com a família contribui para escolhas menos saudáveis ao longo do dia.

Consumo de ultraprocessados preocupa especialistas

Segundo a nutricionista Paula Aires, esses produtos “não são reconhecidos como comida de verdade”, já que contêm ingredientes artificiais e substâncias que não fazem parte de uma lista saudável. Da mesma forma, muitos consumidores não compreendem os nomes presentes nos rótulos, o que dificulta avaliar o impacto do que ingerem. Em contraste com alimentos naturais, os ultraprocessados carregam aditivos, excesso de açúcar e conservantes.

A situação é ainda mais preocupante nos Estados Unidos, onde o consumo desses industrializados cresceu 60% nos últimos 45 anos. Assim, o país lidera o ranking mundial. Além disso, os pesquisadores reforçam que esse comportamento alimentar favorece o avanço de doenças como obesidade, câncer e diabetes.

A nutricionista explica que a resistência à insulina já atinge pessoas cada vez mais jovens, entre 30 e 40 anos, devido ao excesso de açúcar. Por outro lado, ela ressalta que a mudança de hábitos pode reduzir significativamente esses riscos. Depois disso, os especialistas defendem que a regulação da indústria é fundamental para diminuir o consumo de ultraprocessados em todo o mundo.