
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira com mais de 60 anos saltou de 22,3 milhões em 2012 para 31,2 milhões em 2021, passando de 11,3% para 14,7% da população total. Um aumento de quase 40% em menos de uma década. No Rio Grande do Norte, esse cenário também é evidente: em 12 anos, o percentual de idosos subiu de 7,6% para 10,5% no estado, segundo o Censo 2022.
Esse crescimento reforça a importância do Dia Internacional das Pessoas Idosas e do Dia Nacional do Idoso, celebrados em 1º de outubro. As datas chamam atenção para as necessidades desse público na terceira fase da vida. Entre elas, a alimentação ocupa papel de destaque por ser fundamental no enfrentamento das mudanças trazidas pelo envelhecimento.
A nutricionista Marcella Tamiozzo explica que, com a idade, o corpo passa por transformações fisiológicas que exigem atenção especial. “Nesta faixa etária ocorre uma queda no gasto energético total, que pode levar à redução de até 30% na taxa metabólica. Isso acontece devido a alterações na composição corporal. Com o envelhecimento, ocorre uma redução da massa muscular e um aumento da gordura corporal, deixando o metabolismo mais lento, já que o músculo é um tecido bem ativo, que consome muita energia para realizar as contrações. Ou seja, reduzindo a quantidade deste tecido, reduz-se o gasto energético, o que caracteriza o metabolismo lento”, explica a professora do curso de Nutrição da Estácio.
Segundo a especialista, o acompanhamento individualizado é essencial para todas as pessoas com mais de 60 anos. “Cada caso deve ser avaliado, considerando aspectos fisiológicos e condições de saúde específicas. Ainda assim, algumas mudanças gerais podem contribuir para uma melhor qualidade de vida, como reduzir o consumo de processados, aumentar a ingestão de fibras, mastigar bem os alimentos, incluir fontes de ômega-3, evitar preparações pesadas à noite e priorizar proteínas magras”, explica a professora.
Alimentação ajuda em problemas comuns
Marcella destaca ainda alguns alimentos que podem ajudar a reduzir problemas comuns entre os idosos. Para reduzir a insônia, por exemplo, ela recomenda incluir fontes de triptofano, como leite, banana, aveia, queijo branco, kiwi, nozes e amêndoas.
“Em casos de digestão lenta, a indicação é optar por refeições leves, com vegetais cozidos e proteínas magras. Para prevenir e controlar Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como diabetes e hipertensão, a redução do consumo de açúcar, sódio e gorduras é essencial. Com essas adaptações, é possível preservar a saúde, amenizar os efeitos do envelhecimento e garantir mais bem-estar na terceira idade”, finaliza.