EMPRESA ARREMATA 99 BLOCOS TERRESTRES DE PETRÓLEO DA BACIA POTIGUAR EM LEILÃO DA ANP

Um personagem inesperado chamou a atenção no leilão de concessão de blocos exploratórios da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizado nessa quarta-feira (13). A Elysian Brasil Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, do empresário mineiro Ernani Jardim de Miranda Machado, arrematou 122 blocos, quase todos com ofertas de R$ 51 mil, somando cerca de R$ 12 milhões em bônus, nas sessões públicas do 4º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC) e do 2º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha (OPP).


A maior parte dos blocos arrematados por Machado, ou seja, 99, está localizada na Bacia Potiguar, mas o empresário também levou alguns blocos nas bacias de Sergipe-Alagoas e Espírito Santo. Na Bacia Potiguar, os blocos estão em cinco setores (SPOT-T1B; SPOT-T2; SPOT-T3; SPOT-T4 e SPOT-T5). Outros dois blocos foram arrematados pela PetroRecôncavo (100%); dois pela Petro-Victory (100%) e três pela 3R Areia Branca (100%).


No 4º Ciclo da OPC, foram arrematados, no total, por 17 empresas, 192 blocos exploratórios, em todas as nove bacias que tinham áreas em oferta, número recorde nas licitações realizadas até hoje nesta modalidade.

O recorde anterior foi registrado no 3º Ciclo, quando foram arrematados 59 blocos. Os 192 blocos exploratórios arrematados estão localizados nas bacias de Pelotas, Potiguar, Santos, Paraná, Espírito Santo, Tucano, Amazonas, Recôncavo e Sergipe-Alagoas, totalizando uma área de 47.143,86 km². O total de bônus ofertado foi de R$ 421.712.292,83 e a previsão do investimento mínimo na fase de exploração é de R$ 2.012.660.000,00 somente na primeira fase do contrato (fase de exploração). O ágio do bônus foi de 179,69% e os blocos foram arrematados por um total de 15 empresas. Também foi arrematada a área com acumulações marginais de Japiim, gerando um bônus de assinatura de R$ 165.000,00 e investimentos previstos de R$ 1.200.000,00.


A preferência pela Bacia Potiguar se deu porque a bacia era a que tinha maior número de blocos à disposição, o que se encaixaria na estratégia elaborada por Machado. Ele buscou fazer ofertas por muitas áreas — tendo em vista que parte delas não era viável — e oferecendo valores pouco maiores que o exigido em edital. O empresário não tem expectativa de conseguir condições de operação e óleo de boa qualidade em todos os blocos. “Muitas áreas não têm petróleo. Temos de ter um leque abrangente para fazer estudos preliminares e saber onde é possível encontrar (óleo). Pode ser também que a gente comece a extrair e não seja de boa qualidade”, diz.


Fundada em agosto, a poucos dias do prazo máximo para a inscrição no leilão, e com capital social de R$ 50 mil, a Elysian agora vai ter de investir R$ 400 milhões em sua centena de concessões nos próximos anos, sendo R$ 80 milhões no curto prazo, prevê o empresário. Machado disse que o valor baixo do capital social é natural e, uma vez que a empresa começar a operar com os blocos arrematados, espera internalizar os valores. Ernani Machado afirma que não buscará financiamento e fará os pagamentos e aportes futuros com recursos próprios e de seus sócios na empresa de tecnologia JMM Tech.