LAIS/UFRN DESENVOLVE TESTES PARA DETECÇÃO SIMULTÂNEA DE SÍFILIS E HIV

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O duoteste para detecção simultânea de sífilis e HIV, desenvolvido pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN), está em fase de apresentação junto ao Ministério da Saúde para incorporação no Sus.

Segundo o diretor executivo do LAIS/UFRN, Ricardo Valentim, a tecnologia está sendo utilizada em fase experimental e pretende ser uma alternativa de menor custo aos atuais testes descartáveis utilizados para detectar a doença. No Rio Grande do Norte, aponta, já foram coletadas amostras de mais de 500 pacientes, sendo todas referentes a Natal. A incorporação dos testes ainda não tem uma data fechada para ocorrer, mas os primeiros locais a serem atendidos serão as Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) da zona Norte de Natal.


O diretor esclarece que o duoteste usa uma tecnologia diferente da presente nos testes rápidos atuais. Isso porque eles consistem em um equipamento de plástico que, embora efetivos para detectar sífilis e HIV, são caros e descartáveis. Apenas no ano passado, aponta, mais de R$ 480 milhões de reais foram gastos pelo Ministério da Saúde para investir nesses testes. Aliado a isso, por não serem digitais, eles também dificultam o rastreio dos pacientes na rede pública de saúde.


“Então isso dificulta muita coisa, principalmente o monitoramento e a avaliação da condução da política pública de resposta à sífilis e HIV. No caso do duoteste desenvolvido pelo Laís, que já tem publicação internacional relevante e que a gente já conseguiu demonstrar que ele é mais efetivo do que os testes comprados pelo Brasil hoje, é o primeiro, digital, baseado em inteligência artificial, é um dispositivo eletrônico computadorizado, integrado com as plataformas do Ministério da Saúde”, ressalta Ricardo Valentim.


Aliado a isso, uma vez que os eletrodos que são utilizados para fazer o duoteste custam ‘centavos de dólar’ e o equipamento pode ser utilizado por cinco anos, a expectativa é que ele chegue no mercado por R$ 1.500,00 e possa reduzir a compra da atual tecnologia descartável que é importada em até 75%. Ao ser incorporada ao Sus, a projeção do Lais prevê, ainda, uma economia de até R$ 800 milhões em cinco anos ao Brasil.


Do ponto de vista social, por ser digital, o teste do Laborátorio permite um olhar mais efetivo à população diagnosticada com sífilis e HIV, pois ao realizar o teste o paciente tem o resultado vinculado ao seu CPF. “O SUS vai conseguir enxergar esses pacientes, onde eles estão, quem eles são, de maneira automatizada, então isso é muito bom. E ela é mais barata por isso, porque não é uma tecnologia descartável, é uma tecnologia durável, totalmente digital, onde o único insumo que ela tem e precisa são eletrodos que custam centavos de dólar”, enfatiza.