
O escritor Luís Fernando Verissimo morreu neste sábado 30 aos 88 anos, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A informação foi divulgada pelo jornal Zero Hora. Verissimo estava internado desde o dia 11 de março, em razão de um princípio de pneumonia.
Ele convivia com sequelas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e com a doença de Parkinson. O escritor deixou a esposa, Lúcia Helena Massa, três filhos e dois netos.
Nascido em Porto Alegre em 26 de setembro de 1936, Verissimo era filho de Erico Verissimo, considerado um dos maiores escritores brasileiros, e de Mafalda. Ainda na infância, viveu nos Estados Unidos, período em que o pai lecionava em universidades.
Verissimo estreou na literatura em 1973, com o livro O Popular. Ao longo da carreira, publicou mais de 70 obras, que somaram mais de 5,6 milhões de exemplares vendidos. Entre seus livros de maior repercussão estão Comédias para se ler na escola e As mentiras que os homens contam, lançado em 2000.
A produção literária ultrapassou o papel de cronista. O escritor também foi tradutor, roteirista, revisor, dramaturgo e romancista.
A ligação com a música foi outro traço marcante. Durante os anos em que viveu nos Estados Unidos, aprendeu a tocar saxofone e tornou-se apreciador de jazz, gênero que acompanhou durante toda a vida.
Até seus últimos anos, residiu no bairro Petrópolis, em Porto Alegre, na mesma casa onde viveram seus pais. No local, morava com a esposa, Lúcia, e o filho caçula, Pedro.
Relembra algumas das principais obras de Luís Fernando Veríssimo
O Melhor das Comédias da Vida Privada (1994)
A coletânea consolidou Veríssimo como um dos cronistas mais lidos do país. O livro reúne textos publicados em jornais e outros inéditos, com retratos bem-humorados do cotidiano brasileiro.
O Analista de Bagé (1981)
O personagem mais icônico do autor, um psicanalista gaúcho da linha “freudiano barbaridade”, tornou-se fenômeno de vendas. Com bombacha e chimarrão, o analista aplicava o “joelhaço” para que os pacientes esquecessem suas dores.
Ed Mort e Outras Histórias (1979)
Inspirado no cinema noir e nos romances policiais, apresenta Ed Mort, detetive atrapalhado de Copacabana. O personagem dividia o escritório “com 117 baratas e um rato albino chamado Voltaire”.