PENSÃO PARA ÓRFÃOS DO FEMINICÍDIO: SAIBA QUEM TEM DIREITO E COMO SOLICITAR

Foto: Andre Borges/Agência Brasília

O Governo Federal regulamentou a lei que cria uma pensão especial para crianças e adolescentes órfãos em razão do feminicídio. O benefício assegura o pagamento mensal de um salário mínimo a filhos e dependentes de até 18 anos, desde que a renda familiar per capita não ultrapasse um quarto do salário mínimo vigente.

Segundo a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, a medida representa proteção e segurança às crianças que perderam suas mães vítimas de feminicídio.

“O Estado tem a responsabilidade de assegurar a transferência de renda para que essa criança tenha suas necessidades básicas garantidas, mesmo vivendo com familiares ou em abrigos”, destacou a ministra.

Como solicitar a pensão

O pedido deve ser feito diretamente ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pelos seguintes canais:

  • Site ou aplicativo Meu INSS;
  • Agências físicas do INSS.

Para solicitar, é necessário apresentar os seguintes documentos:

  • CPF e identificação da criança ou adolescente;
  • Cadastro atualizado no CadÚnico (renovado a cada 24 meses);
  • Comprovante do crime, como boletim de ocorrência, denúncia do Ministério Público ou sentença judicial;
  • Documentos que comprovem o vínculo da vítima com a criança;
  • Cadastro biométrico do representante legal.

Pela lei, o autor ou partícipe do feminicídio não pode receber o valor em nome da criança, em nenhuma hipótese.

Valor e regras do benefício

A pensão especial será de um salário mínimo por mês.

  • Se houver mais de um dependente, o valor será dividido igualmente entre eles;
  • O pagamento começa a valer a partir da data do requerimento, sem retroativos;
  • O benefício não inclui 13º salário.

A pensão pode ser suspensa ou encerrada se:

  • O CadÚnico não for atualizado a cada dois anos;
  • O beneficiário completar 18 anos;
  • O crime deixar de ser enquadrado como feminicídio;
  • A renda familiar ultrapassar o limite por dois anos consecutivos.

Onde buscar apoio

As famílias podem tirar dúvidas e receber orientação gratuita nas unidades do INSS ou nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras).

Os Cras também auxiliam na atualização do CadÚnico, etapa essencial para manter o direito ao benefício.