PESQUISA DA UFRN CRIA EQUIPAMENTO PARA PREVER CASOS DE DENGUE COM ATÉ 6 SEMANAS DE ANTECEDÊNCIA

Com base em tecnologia de inteligência artificial, uma ferramenta foi desenvolvida para prever casos de dengue em uma determinada região com até 6 semanas de antecedência, antes mesmo do surgimento do primeiro caso confirmado.

A iniciativa é resultado do trabalho de pesquisadores do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN) em colaboração com o Centro de Zoonoses do município de Natal. Os resultados desse projeto foram documentados em um artigo científico publicado na revista Scientific Reports, uma publicação internacionalmente reconhecida do grupo Nature.

O método desenvolvido pelos pesquisadores utiliza inteligência artificial para analisar uma variedade de fontes de dados, incluindo a presença de ovos do mosquito Aedes Aegypti em armadilhas distribuídas pela cidade, além dos casos confirmados e das internações hospitalares de pacientes com dengue em Natal.

Essa abordagem integrativa de dados, especialmente os relacionados às internações hospitalares e aos casos confirmados, foi fundamental para que a tecnologia baseada em inteligência artificial pudesse aprender a prever surtos de dengue com semanas de antecedência em um município.

Para conduzir o estudo, foram instaladas armadilhas conhecidas como ovitrampas em todas as quatro regiões de Natal, cobrindo uma área de 300m² cada, formando uma extensa rede de monitoramento de mosquitos e ovos.

Ricardo Valentim, diretor do LAIS e um dos pesquisadores envolvidos nesse projeto, ressaltou a importância dessa técnica, conhecida como ovitrampa, que foi implementada em Natal pelo ex-diretor do Centro de Zoonoses de Natal, Alessandre Medeiros (in memorian). Ele enfatizou que esse modelo representa uma ferramenta crucial e uma significativa inovação no combate à dengue, não apenas no Brasil, mas em todos os países que enfrentam esse sério problema de saúde pública.