
A Polícia Militar do RN afastou 10 policiais do serviço operacional após a denúncia de agressões contra uma advogada durante a Festa do Caju, em Serra do Mel, no último domingo (30). A corporação abriu uma investigação interna para esclarecer o caso, que também será apurado pela Polícia Civil. Segundo a PM, os agentes ficarão fora das atividades de rua até o fim das apurações.
A advogada afirmou, em entrevista à InterTV Costa Branca, que a situação começou quando ela presenciou o que considerou uma abordagem violenta contra uma mulher na festa. Ao questionar a ação, ela diz ter se identificado como membro da OAB/RN e mostrado a carteira profissional. A partir daí, segundo seu relato, passou a ser hostilizada pelos policiais.
Ela contou que teve o celular e a carteira tomados. Relatou ainda que, ao pedir o aparelho de volta, levou tapas na nuca. No boletim, afirmou ter sido arrastada, atingida por golpes de cacetete, levado a ficar de joelhos e algemada enquanto era xingada.
O exame de corpo de delito registrou hematomas e escoriações em várias partes do corpo, como orelha, punhos, braço, coxa e joelhos. A advogada formalizou a denúncia na Delegacia da Mulher de Mossoró na segunda-feira (1), acompanhada por representantes da OAB. A delegada responsável vai ouvir testemunhas e analisar imagens da festa.
Reunião
A OAB divulgou nota de repúdio, classificando a situação como grave violação de prerrogativas e pedindo investigação rigorosa e afastamento dos envolvidos. A Prefeitura de Serra do Mel também se manifestou, defendendo transparência no processo.
Uma reunião entre a OAB/RN e a Secretaria de Segurança Pública (Sesed), além da PM, Polícia Civil, Procuradoria Geral do Estado e Secretaria das Mulheres, foi realizada nesta quarta-feira (3). Segundo a OAB, na ocasião, a governadora Fátima Bezerra (PT) conversou por telefone com a advogada vítima das agressões, prestou solidariedade e afirmou que foi determinado rigor na apuração do caso.

Em nota, a Polícia Militar afirmou que o procedimento de investigação deve apurar com “total rigor e transparência, todas as circunstâncias do ocorrido” e confirmou o afastamento dos policiais. “A PMRN ressalta que não compactua com desvios de conduta, abusos ou qualquer atuação que se afaste dos princípios legais, éticos e profissionais que regem a Instituição”, diz a nota.
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