
Dois servidores do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Norte (Detran-RN) foram afastados de suas funções nesta quarta-feira (16), em Mossoró, durante a Operação Agrado, deflagrada pela Polícia Civil. A investigação apura um suposto esquema de pagamento de propina para favorecer o andamento de processos administrativos dentro do órgão.
Além do afastamento, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão e determinadas outras medidas cautelares. Segundo a Delegacia Especializada em Defesa da Propriedade de Veículos e Cargas de Mossoró (Deprov), os alvos da operação incluem dois servidores públicos e três despachantes da cidade.
Durante a ação, um dos despachantes foi preso em flagrante por posse de munição, mas acabou liberado após pagamento de fiança.
De acordo com o delegado Jomário Montenegro, as investigações indicam que os envolvidos recebiam valores indevidos — conhecidos como “agrados” — para acelerar ou aprovar de forma irregular procedimentos internos no Detran. Os pagamentos iam desde pequenos valores, como R$ 50 por uma simples impressão de documento, até quantias mais elevadas para aprovações em vistorias veiculares.
“Um dos despachantes movimentou cerca de R$ 1 milhão em apenas três meses. Chegamos a identificar uma espécie de ‘caixinha’ semanal paga pelos despachantes aos servidores para garantir o andamento dos serviços”, afirmou o delegado.
As investigações começaram há cerca de oito meses, após a apreensão de um caminhão adulterado. Segundo a Polícia, o nome da operação faz referência à prática irregular dos pagamentos informais exigidos por servidores.
O Detran-RN, segundo nota da Polícia Civil, tem colaborado com as investigações. “A autarquia está prestando total apoio às autoridades, reforçando seu compromisso com a transparência e o interesse público”, destacou a corporação.
As apurações continuam e não estão descartadas novas medidas contra outros possíveis envolvidos.
Rudimar Ramom