
As vendas no setor de bares e restaurantes cresceram 1,9% no Rio Grande do Norte em outubro deste ano em relação a setembro. O crescimento potiguar foi o terceiro maior do Brasil, atrás de Paraíba (2,9%) e Sergipe (2,7%), segundo o Índice Abrasel-Stone. Nacionalmente, as vendas de outubro subiram 1,6%, mas foram 1,9% menores na comparação com o mesmo período de 2024.
O Índice Abrasel-Stone aponta que, entre os 24 estados monitorados, apenas sete apresentaram crescimento em outubro, na comparação anual, sendo os três primeiros da região Nordeste. Além de Paraíba, Sergipe e Rio Grande do Norte, destacaram-se ainda Goiás (1,8%), Piauí (1,5%), Tocantins (0,8%) e Espírito Santo (0,2%).
Para Marcelo Bavelloni, diretor de Gestão da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-RN), o recuo da taxa de desemprego no País pode explicar esse aumento. No terceiro trimestre, segundo o IBGE, a taxa de desocupação nacional ficou em 5,6%.
“Ocorreu um melhor momento de emprego e um aumento no consumo das pessoas”, afirma. Ele também cita a crise da intoxicação por metanol: embora o RN não tenha confirmado casos, o estado foi indiretamente afetado pela desconfiança das pessoas. “Na primeira quinzena após as notícias, os consumidores voltaram. Nacionalmente, existem alguns estados que são mais impactados, como São Paulo, mas também aqui temos um reflexo psicológico negativo”, explica.
Para ele, o setor de alimentação fora do lar “recuperou a confiança” e isso ajudou no crescimento entre os meses de setembro e outubro. Segundo Bavelloni, a expectativa de faturamento dos estabelecimentos é positiva em relação ao ano passado. “Há o aumento do turismo agora no final de ano. Os consumidores já começaram a receber o 13º salário. Tudo isso impacta de maneira positiva”, diz.
No restaurante Beira-Mar, em Ponta Negra, Alcione Salmória diz que notou aumento de vendas entre os meses de setembro e outubro, mas em novembro o movimento teve uma queda mínima. Segundo ele, a alta no movimento é esperada quando se aproxima o Natal.
Ele afirma que o movimento no restaurante, localizado no Calçadão de Ponta Negra (rua Erivan França), cai sempre que as luzes natalinas são acesas nas ruas superiores. Segundo ele, a ausência de qualquer decoração atrativa no trecho onde está instalado desvia o público para outras áreas. “O cartão-postal de Natal é aqui [Morro do careca], mas o pessoal vem à noite, por exemplo. O turista vai lá pra cima. Como aqui não tem nada, essa queda afeta”, lamenta.
Já Flávio Adriano, representante do restaurante Canoa, diz que o estabelecimento não teve um aumento significativo nesse período, mas sim uma pequena retração em relação ao mesmo mês do ano passado. Ele conta que, no contexto da crise do metanol, alguns turistas perguntavam sobre a origem das bebidas, mas isso não impactou o movimento. “Não tivemos nenhum problema aqui. A gente passava essa segurança para os clientes e eles ficavam à vontade”, pontua, projetando um bom movimento para o fim do ano.
Ainda segundo o índice Abrasel-Stone, entre os estados com desempenho negativo, houve quedas em Roraima (-10,4%), Pernambuco (-8,2%), Amazonas (-6,5%), Maranhão (-4,8%), Rio Grande do Sul (-4,4%), Santa Catarina (-4%), Rondônia (-3,7%), Alagoas (-3,4%), Bahia (-3%), Mato Grosso (-2,8%), Ceará (-2,5%), Pará (-2,4%), São Paulo (-1,8%), Mato Grosso do Sul (-1,5%), Minas Gerais e Rio de Janeiro (-1,3%) e Paraná (-0,9%).
Pesquisa
De acordo com a Pesquisa de Conjuntura Econômica da Abrasel, o setor de alimentação fora do lar no Brasil apresentou desempenho positivo em outubro, após setembro registrar 27% de empresas operando no prejuízo (pior resultado desde fevereiro deste ano, quando o número foi de 30%). Em outubro, esse percentual caiu para 20%. Outros 40% dos estabelecimentos tiveram lucro, sete pontos percentuais acima do mês anterior (33%).