
O Rio Grande do Norte registrou um crescimento de estudantes idosos. No Enem 2025, o número de inscritos com 60 anos ou mais passou de 9.950 em 2024 para 17.192, aumento de 72,7% em apenas um ano. Na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o ingresso de alunos com mais de 60 anos passou de 9 em 2004 para 94 em 2024. O número de estudantes que completam 60 anos durante o curso também aumentou, de 37 para 125 no mesmo período.
O aumento reflete o envelhecimento populacional do estado. Segundo o Censo 2022, o RN tem o maior índice de envelhecimento do Nordeste, com 53 pessoas de 65 anos ou mais para cada 100 crianças de até 14 anos. A tendência é resultado da maior expectativa de vida e da redução da taxa de natalidade.
Nos cursos universitários, História, Filosofia e Ciências e Tecnologia lideram entre os estudantes mais velhos. Fabiano do Espírito Santo Gomes, procurador educacional da UFRN, explica que muitos escolhem essas áreas por interesse pessoal, hobbies ou curiosidade sobre novas tecnologias.
Histórias de estudantes mostram essa mudança. Antonio Tavares formou-se em Engenharia Elétrica aos 67 anos e, aos 81, continua se dedicando a cursos de informática. Francisca Ferreira retornou à graduação em Química após se aposentar, depois de já ter cursado Turismo.
José Donato, de 65 anos, escolheu Serviço Social para aprimorar seu trabalho voluntário e vivenciar uma experiência acadêmica completa, mesmo enfrentando preconceito etário. Magna Costa, da geração 50+, descreve o retorno aos estudos como forma de autonomia e desenvolvimento do pensamento crítico.
A UFRN adotou iniciativas para receber esse público, incluindo acessibilidade digital, ações de promoção à saúde e pesquisas em parceria com o Instituto Envelhecer, com foco em ampliar o acesso e garantir a permanência de estudantes idosos na universidade.
Com informações do Portal da UFRN