RN TEM QUASE 25% DAS PONTES FEDERAIS EM CONDIÇÕES PÉSSIMAS OU SOFRÍVEIS

Ponte na rodovia federal BR-304 – Foto: DNIT

Um relatório técnico do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) aponta que quase 25% das pontes e pontilhões federais no Rio Grande do Norte estão em condições consideradas “péssimas” ou “sofríveis”. O levantamento analisou 164 estruturas em todo o estado. Desse total, 38 receberam as piores classificações.

As estatísticas analisadas pelo NOVO fazem parte de um levantamento obtido via Lei de Acesso à Informação (LAI) junto ao DNIT pela Fiquem Sabendo, organização sem fins lucrativos especializada em transparência pública.

O estudo avalia a condição estrutural das pontes, tecnicamente chamadas de Obras de Arte Especiais (OAEs), e traz notas que variam de 1 (condição péssima) a 5 (boa condição). No Rio Grande do Norte, nenhuma ponte recebeu a nota máxima.

Seis estruturas foram classificadas com nota 1, indicando necessidade de atenção imediata, enquanto 32 receberam nota 2 (sofríveis), sinalizando a urgência de monitoramento e reparos. As demais foram classificadas como “Aparentemente Boas” (58) e “Boas” (68)

A classificação péssima indica que a ponte pode apresentar problemas estruturais ou funcionais que requerem atenção prioritária, como danos no concreto, fissuras ou exposição de armaduras, falhas pilares, danos aos sistemas de drenagem, entre outros.

O relatório também lista as intervenções necessárias para cada obra de arte especial no estado. Em alguns casos, as pontes receberam até duas sugestões para serviço, como obras para manutenção ou reabilitação.

Entre as pontes classificadas com nota 1, a Ponte km 165,76, localizada em Macaíba na BR-101, apresenta duas ocorrências: uma para manutenção e outra para reabilitação.

De forma similar, a Ponte sobre o Rio Dois Irmãos, em Lajes na BR-304, também demanda manutenção e reabilitação. A Ponte sobre o Riacho do Tapuio, em Triunfo Potiguar na BR-226, traz a indicação de manutenção.

Já a Ponte sobre o Rio Pitomba, em Serra Negra do Norte na BR-427, igualmente necessita de manutenção. Completam este quadro preocupante a Ponte sobre o Riacho do Arvoredo, em Angicos na BR-304, e a Ponte sobre o Rio Acauã II, em Acari na BR-427, ambas demandando reabilitação.

Em todo o país, o levantamento traz informações de mais de 6,1 mil pontes. Apenas seis estruturas receberam a nota máxima (5), sendo duas em Pernambuco, duas em Sergipe, além de uma no Espírito Santo. A conservação destes equipamentos ganhou mais importância após o acidente da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, no Maranhão, que desabou em dezembro de 2024. Na ocasião, 17 morreram. Atualmente, o DNIT segue com a obra para reconstrui-la.

Os estados com maior quantidade de estruturas em situação péssima ou sofrível são Ceará (170), seguido por Pernambuco (153), Minas Gerais (127) e Pará (97). Se forem considerados os estados que mais concentram apenas com as estruturas com as piores condições, a liderança é de Minas Gerais (36), seguido por Pernambuco (24) e Bahia (23).

Em nota oficial, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informa que administra 215 Obras de Arte Especiais (OAEs) no estado do Rio Grande do Norte, ao contrário das 297 listadas no relatório.

Desse total, o DNIT informa que são 38 pontes classificadas com notas 1 e 2, de acordo com informações do Programa de Manutenção e Reabilitação de Estruturas (PROARTE).

Atualmente, a autarquia possui 214 iniciativas de manutenção em diferentes etapas do processo. Dessas, duas intervenções já foram concluídas, 16 foram identificadas com necessidade de intervenção, 56 estão em processo de avaliação e 140 estruturas apresentam manutenções em andamento.

Paralelamente, existem 32 estruturas com projetos de execução de obras de reabilitação. Quatro Obras de Arte Especiais têm obras em execução, seis já foram concluídas e outras dez estão em fase de pré-contratação. Além disso, 12 OAEs encontram-se em avaliação para possível atendimento.

“Entre as intervenções realizadas na manutenção estão a limpeza da ponte e dos aparelhos de apoio, substituição das juntas de dilatação, instalação de pingadeiras de elastômero, entre outros serviços. Nas ações de reabilitação são realizados serviços destinados à adequação das necessidades funcionais como alargamento e funções estruturais como reforço e inclusão de novos elementos”, informou o DNIT.