
Um estudo realizado no Rio Grande do Norte, com dados coletados entre 2019 e 2021, apontou que 43.626 meninas e mulheres foram vítimas de violência no estado. Desses, 83,5% com a predominância dos registros no sistema de segurança potiguar. Além disso, o levantamento apresentou pouca integração entre os sistemas públicos na época.
“A violência física foi mais registrada pela saúde, enquanto a psicológica concentrou-se nos boletins de ocorrência. Já a violência sexual, teve maior incidência em meninas de 0 a 9 anos. Os encaminhamentos foram documentados apenas no sistema de saúde, sendo majoritariamente intrasetoriais”, afirmou Gleidson Paulino, chefe da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (COINE) da Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte.
O estudo apresenta ainda destaque para casos de mortes entre mulheres negras adultas, em decorrência de causas externas, como suicídio e agressões, liderando entre os óbitos registrados pela saúde.
Os dados publicados em um estudo realizado por pesquisadores no Rio Grande do Norte para provocar discussões e elaboração de políticas públicas de combate à violência contra meninas e mulheres ganhou destaque na Revista Pan-Americana de Saúde Pública, principal periódico científico e técnico da Organização Pan-Americana da Saúde.
“Como é um estudo inovador, sem nunca antes ter tido essa integração de dados, foi de máxima importância e relevância essa publicação. Um orgulho para todo nós, com certeza. Esperamos agora provocar discussões para a elaboração de políticas públicas mais eficazes”, destacou Paulino.
Denise Guerra Wingerter, subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde Pública do RN, destacou que a unificação dos dados entre os sistemas de saúde e segurança pública proporciona uma compreensão mais ampla e precisa da violência contra mulheres, crianças e pessoas idosas.
“Um dos principais avanços deste projeto é a cooperação estratégica entre as Secretarias Estaduais de Saúde e de Segurança Pública, que, ao atuarem de forma articulada, promovem respostas mais eficazes, integradas e humanizadas no enfrentamento da violência. Essa colaboração intersetorial representa um marco na construção de redes de proteção mais robustas e na garantia dos direitos das populações mais vulneráveis”, pontuou.
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