VEREADORA DENUNCIA ESQUEMA DE COMPRA DE VOTOS NA ELEIÇÃO EM NATAL

Margarete Régia (Republicanos). Foto: FRANCISCO DE ASSIS/CMNAT

A vereadora Margarete Régia (Republicanos) denunciou um esquema de compra de votos nas eleições de Natal, apontando que candidatos eleitos distribuíram motos de presente a líderes comunitários durante o período eleitoral. Em pronunciamento na Câmara Municipal nesta terça-feira 26, Margarete questionou o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) sobre a falta de fiscalização diante desses fatos, que, segundo ela, são amplamente conhecidos.

“Infelizmente, uma cidade onde temos regiões com comunidades pobres, de madrugada, não faltou dinheiro fácil. E só Deus sabe de onde veio esse dinheiro. Vemos hoje candidatos que foram eleitos que, até durante a campanha, davam motos de presente a líderes comunitários, e o MP não vê isso. Motos de presente. Isso está escancarado”, denunciou.

Segundo Margarete, o uso indevido de dinheiro, muitas vezes proveniente dos impostos pagos pela população, é uma grave violação da confiança pública. “O trabalhador suou tanto para ganhar pouco e ainda teve que pagar taxas absurdas, e esse dinheiro foi utilizado de outra forma. Isso é uma vergonha, mas é uma realidade que aconteceu em nossa cidade”, lamentou.

A vereadora pediu maior investigação sobre o que ocorreu nas comunidades durante as eleições municipais em Natal. “Quem quiser saber mais, é só ir às comunidades e fazer aquele trabalho de investigação, que com certeza terão a verdade bruta, cruel e vergonhosa do que aconteceu nessa última eleição”, denunciou.

Margarete criticou o que chamou de “manipulação perversa” do poder público, que, segundo ela, usou os cidadãos para garantir a eleição dos candidatos que o sistema desejava. E lembrou da presença de carros luxuosos circulando nas ruas da Zona Norte de Natal durante o período eleitoral, sugerindo que eles estivessem relacionados à prática de compra de votos.

“Eu acho tão interessante, os carros luxuosos que atravessavam ruas todos os dias na zona norte de Natal sumiram depois da campanha. Passou a campanha, sumiram. Era um desfile de carros maravilhosos, candidatos, claro. Fazendo o quê? Numa região que eles nunca veem, nunca falam, nunca defendem. Mas o desfile era muito grande e eu ficava impressionada”, relatou.

“Poder público usou forma perversa para eleger candidatos do sistema”

A vereadora afirmou que o poder público tem utilizado uma estratégia “perversa” para garantir a eleição de candidatos alinhados ao sistema político dominante, ao manipular as necessidades da população nas eleições. Segundo ela, houve manipulação dos votos das populações carentes durante as campanhas eleitorais, quando os gestores só lembram das necessidades dessas regiões.

“As zonas Norte e Oeste de Natal são duas regiões esquecidas. Eu queria saber o porquê que esses gestores imaginam que só existe a Zona Sul para eles. Eu fico indignada e acho ainda mais perverso quem esquece dessa população e só lembram na época da campanha”, lamentou.

Para ela, há uma falta de atenção para com as áreas mais carentes de Natal e diferenças no planejamento de investimentos públicos e no atendimento à saúde. Ela apontou que a zona sul, mais rica e com maior acesso a planos de saúde, receberia a maior parte dos investimentos, enquanto as regiões mais carentes, não.

Margareth destacou a construção de novos hospitais na Zona Sul, com um hospital estadual e outro municipal, próximos um do outro, enquanto as regiões mais carentes da cidade ficam sem serviços adequados. “Por que o Governo do RN está construindo um hospital em Cidade Satélite ao lado da UPA, e o prefeito Álvaro Dias construindo um hospital ao lado da UPA e do hospital que o Governo vai construir? Não tem pena da população pobre da nossa cidade. Não tem pena”, desabafou.

Agora RN