NOVA REGRA DO CADÚNICO PODE MUDAR O ACESSO AO BOLSA FAMÍLIA

Governo Federal anunciou uma mudança significativa na forma como as famílias unipessoais serão incluídas nos programas sociais Bolsa Família e Auxílio Gás. A partir de agora, a inclusão ou atualização de dados dessas famílias no Cadastro Único (CadÚnico) será realizada exclusivamente por meio de entrevistas domiciliares. Essa medida, implementada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), visa reforçar o controle de qualidade das informações prestadas pelos beneficiários.

O objetivo principal da nova diretriz é garantir que os recursos públicos sejam aplicados de maneira mais justa e precisa. Ao exigir entrevistas domiciliares, o governo busca evitar fraudes e identificar com maior precisão quem realmente necessita do auxílio.

Por que implementar entrevistas domiciliares?

Nos últimos anos, houve um aumento expressivo no número de cadastros de famílias unipessoais, levantando suspeitas sobre a veracidade das informações registradas no CadÚnico. Especialistas apontam que esse formato pode ser utilizado indevidamente para dividir artificialmente núcleos familiares e, assim, multiplicar o acesso aos benefícios sociais. Com as entrevistas presenciais, o governo pretende verificar a real condição dos solicitantes, confirmando não apenas a composição familiar, mas também as condições socioeconômicas informadas.

Como os municípios devem se preparar?

A implementação dessa nova política exige uma reestruturação por parte das prefeituras, especialmente das equipes que atuam no Cadastro Único e na assistência social. A necessidade de enviar profissionais às residências dos beneficiários implica custos adicionais, planejamento logístico e capacitação específica. A Federação de Consórcios, Associações de Municípios e Municípios de Santa Catarina (FECAM) tem alertado os gestores municipais sobre a urgência de se adaptarem à nova exigência.

  • Capacitação das equipes de campo: Os entrevistadores precisarão estar treinados para realizar visitas eficazes, respeitando critérios técnicos e éticos.
  • Mapeamento logístico: A organização prévia das áreas a serem visitadas é essencial para evitar deslocamentos desnecessários e garantir a cobertura de toda a demanda.
  • Apoio intermunicipal: A união entre municípios pode facilitar a contratação de profissionais e otimizar os recursos disponíveis.

Quais os desafios logísticos e operacionais?

Nova regra do CadÚnico pode mudar o acesso ao Bolsa Família
Bolsa família – (Créditos: depositphotos.com / joasouza)

A principal dificuldade enfrentada pelos municípios será a logística das visitas. Regiões rurais, comunidades em áreas remotas ou com pouca infraestrutura podem exigir deslocamentos longos e complicados, o que demanda veículos, combustível e mais tempo das equipes. Além disso, há a preocupação com a segurança dos trabalhadores e com a receptividade das famílias. Será necessário um trabalho prévio de conscientização e comunicação para que os beneficiários compreendam o novo processo e colaborem com as entrevistas.

Impactos esperados com a nova regra do CadÚnico

A expectativa do Ministério do Desenvolvimento Social é que a medida contribua para uma distribuição mais justa dos recursos públicos, reduzindo as fraudes e priorizando quem realmente se encontra em situação de vulnerabilidade social. Com a verificação presencial, os dados inseridos no CadÚnico tendem a se tornar mais precisos. Isso é fundamental não apenas para o Bolsa Família e o Auxílio Gás, mas também para outros programas sociais que utilizam o Cadastro como base, como a Tarifa Social de Energia Elétrica e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

O Antagonista