Quase 8 em cada 10 brasileiros consideram muito importante o controle das notícias falsas nas redes sociais para garantir uma disputa justa nas eleições. É o que revela a 21ª edição da pesquisa Panorama Político 2024: Notícias Falsas e Democracia, do Instituto DataSenado, em parceria com o Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem (IPRI), da FSB Holding, que também mostra que apenas 10% apontaram a medida como “nada importante”, seguidos por 9% que consideram “pouco importante”.
Os dados também revelam que a ampla maioria (81%) acha que a divulgação de fake news pode afetar muito o resultado das eleições, enquanto 11% acreditam que o impacto é pouco, seguidos por 9% que consideram nulo. Outros 2% não souberam ou preferiram não opinar.
Foram entrevistados 21.808 pessoas de todos os 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal, entre 5 e 28 de junho. O o nível de confiança é de 95%. A margem de erro média nas respostas para dados nacionais foi de 1,2 ponto porcentual.
Responsabilização das redes sociais
Questionados se apoiam a responsabilização das plataformas de redes sociais pela disseminação desses conteúdos, 81% concordaram com a medida, mas o apoio chega a 95% entre os que se identificam como de esquerda e cai para 65% entre os que se classificam como de direita.
Contato com fake news
93% dos entrevistados declararam ser usuários de alguma rede social. Desses, 72% relataram ter acessado notícias que “desconfiam ser falsas” nos últimos meses. Na prática, isso significa que a maioria dos brasileiros com 16 anos ou mais já recebeu notícias falsas.
Entre os motivos que levam as pessoas a compartilhar esse tipo de conteúdo, 31% acreditam que é para mudar a opinião dos outros, 30% por não saberem que a notícia é falsa e 15% por confiar em quem mandou a informação, seguidos por 13% que apontaram o fato de a pessoa se sentir representada pelo conteúdo da fake news.
Metade da população (50%) considera difícil distinguir se uma notícia é falsa e outros 46% consideram essa uma tarefa fácil.
Democracia
A pesquisa também revelou que, apesar de somente 16% dos entrevistados se considerarem “muito satisfeitos” com a democracia brasileira, 66% ainda acham que essa é a melhor forma de governo, com apenas 15% respondendo que “em algumas situações, um governo autoritário é melhor” e 10% se mostrando indiferentes ao regime político. Outros 9% não souberam ou não responderam.