Uma pesquisa divulgada essa semana pelo Instituto do Coração (InCor), revelou que os usuários de cigarros eletrônicos manifestam altas incidências de problemas de saúde mental, são mais jovens e apresentam sinais de dependência mais cedo do que os fumantes tradicionais.
Entre os participantes que relataram alto consumo diário de cigarro eletrônico, os níveis de nicotina chegavam a estar até seis vezes mais elevados do que os encontrados entre usuários de cigarro convencional que fumavam em média 20 cigarros por dia.
A análise partiu da coleta da saliva de 417 fumantes exclusivos de cigarro eletrônico no estado de São Paulo. Dos entrevistados, 75% relataram sofrer de ansiedade e 30% de depressão.
A maioria dos participantes (60%) afirmou já ter desejado parar de usar o cigarro eletrônico, mas sem sucesso. Entre eles, 60% disseram que nunca tinham fumado cigarros tradicionais antes dos vapes.
A nicotina atua diretamente no coração, mudando a velocidade dos batimentos cardíacos e aumentando as chances do surgimento de arritmias e de infarto. Ela também modifica o funcionamento dos padrões de respiração, facilitando o aparecimento de doenças oportunistas como gripe e tuberculose.
O valor médio encontrado de nicotina no sangue dos usuários de vape superiores há um ano foi de 400 µg por ml, quantidade superior a de quem consome um maço inteiro de cigarros por dia. Aproximadamente um a cada dez voluntários tinha níveis superiores a essa média.
Em abril deste ano, diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiram por unanimidade manter proibida a comercialização do produto no Brasil. Apesar disso, os dispositivos são facilmente encontrados no comércio ou online.Até países que antes incentivavam o uso dos dispositivos, acreditando que eles reduziriam o tabagismo, como a Inglaterra, voltaram atrás ao perceber evidências de que doenças graves podem ser causadas pelo vape.
Fonte: Poti News