O Rio Grande do Norte registrou 318 casos de ‘stalking’ de janeiro a abril deste ano, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (Sesed). 85% das vítimas foram mulheres.
Delegada da Mulher em Natal, Victoria Lisboa diz que frequentemente os crimes de perseguição são associados à violência doméstica. “Há uma ligação frequente entre ‘stalking’ e violência doméstica, mas não podemos fazer uma correlação 100% uma vez que ‘stalking’ é um crime mais amplo e que pode ocorrer fora do âmbito de violência doméstica”, explicou a delegada.
Levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo aponta que os crimes de ‘stalking’ aumentaram 38,5% de 2022 para 2023. O Rio Grande do Norte é o terceiro estado brasileiro com maior crescimento no número de casos, com um aumento de 78,1%.
Stalking (em português, “perseguição insistente”) é um termo em inglês que designa uma forma de violência na qual o sujeito ou sujeitos ativos invadem repetidamente a esfera de privacidade da vítima, empregando táticas de perseguição e meios diversos, tais como ligações telefônicas, envio de mensagens pelo SMS ou por correio eletrônico, publicação de fatos ou boatos em sites da Internet (cyberstalking),[1] remessa de presentes, espera de sua passagem nos lugares que frequenta, prática de constrangimentos públicos e coletivos direcionados, tratamento de menoscabo, desprezo e inferioridade, xingamentos e gritarias sem razão, apontar defeitos imaginários, menosprezar as suas conquistas e planos, culpar a vítima pelos abusos sofridos, ameaçar, divulgação de boatos mentirosos, divulgação de que a vítima está louca para a sociedade e perdeu a razão, destratar as opiniões da vítima, perseguir e apontar a vítima para terceiros turbarem publicamente, etc. – resultando dano à sua integridade psicológica e emocional, restrição à sua liberdade de locomoção ou lesão à sua reputação. Os motivos dessa prática são os mais variados: erotomania, violência doméstica, inveja, vingança, ódio ou simples brincadeira.
Ao observar sinais do crime de ‘stalking’, a vítima deve procurar a delegacia mais próxima ou fazer o registro do boletim de ocorrência na delegacia eletrônica. Para que a polícia possa realizar a investigação, as vítimas precisam informar às autoridades que deseja processar o agressor.